Distribuição
Mundial dos Casos de Dengue de Janeiro a Agosto,
2012
Fonte: Organização Mundial da Saúde.
Disponível em: http://www.healthmap.org/dengue/index.php
•50 a 100 mil casos relatados anualmente em 100 países;
•Aproximadamente 20 mil mortes
por dengue.
•América Latina possui padrões climáticos favoráveis ao
desenvolvimento do mosquito.
Vetor - Taxonomia
Morfologia
Aedes
Aegypti: transmissor da
dengue, é uma espécie essencialmente doméstica (nunca excedendo os 500m das
habitações) com criadouros domiciliares e peridomiciliares preferencialmente
pneus sem uso, latas, garrafas, pratos com vasos de samambaia, caixas d’água
descobertas, piscinas sem uso, etc. Sua morfologia consiste em tórax, pernas e
abdome revestidos de escamas, pernas longas, antenas com 15 a 16 segmentos,
plumosa no macho e pilosa na fêmea. As fêmeas apresentam aparelho bucal picador
e os machos sifonadores-sugadores, e ausência de ocelos
Ciclo de desenvolvimento
O ciclo de vida do mosquito anofelino
se inicia quando a fêmea deposita seus ovos fixando-os em paredes úmidas,
próximas ao nível da água. Em contato com a água as larvas eclodem. O tamanho
varia entre 0,6 a 0,7mm. Estes ovos suportam grandes períodos de seca (podem
persistir na natureza por aproximadamente 18 meses), sem sofrer nenhum dano. As
larvas vivem na água se alimentando e vindo à superfície para respirar. Mudam
de tamanho 4 vezes (o que chamamos de estádios). A atividade alimentar é
intensa e rápida. Alimentam-se de algas e partículas orgânicas dissolvidas na
água (plâncton) . Não resistem a longos períodos sem alimentação. Não toleram
águas poluídas e luz intensa. A larva é composta de cabeça tórax e abdômen.
Para respirar, a larva vem à superfície, onde fica em posição quase vertical. A
respiração usual das larvas é direta, através dos espiráculos respiratórios
situados no último segmento abdominal e, indireta, através do tegumento,
quando estão submersas. Movimenta-se
em forma de serpente, fazendo um “S” em seu deslocamento. Quando há movimentos
bruscos na água e sob feixe de luz desloca-se com rapidez para o fundo do
depósito demorando a retornar à superfície. Após o 4º estádio as larvas se
transformam em pupas (3 a 4 dias). Durante esta fase não se alimentam,
utilizando a energia armazenada na fase larvária. O tempo total de ovo até a
fase adulta leva em média 7 a 8 dias. Dependendo da temperatura, por exemplo,
temperaturas abaixo de 20ºC, este período de desenvolvimento pode ser mais
extenso. Quando adultos, necessitam de um período de várias horas para
endurecimento do esqueleto externo e das asas. O alado permanece em repouso
sobre a exúvia (que faz o papel de bóia) por alguns minutos, suficientes para o
enrijecimento da quitina e dos músculos, permitindo ao inseto forças para voar
e andar. É uma fase extremamente delicada na vida do mosquito. Dentro de 24
horas podem voar e acasalar ( macho após 24hs e fêmeas com poucas horas de
vida). As fêmeas se alimentam freqüentemente de sangue, de preferência humano.
Na falta deste, pode se alimentar de sangue de outros animais. Machos, e também
fêmeas, alimentam-se de sucos vegetais, fontes de carboidratos, para os
processos metabólicos para a manutenção básica da vida. O repasto sanguíneo
(refeição) das fêmeas fornece proteína para maturação dos ovos, acontecendo
geralmente durante o dia, com picos de maior atividade ao amanhecer e pouco
antes do entardecer.
Os mosquitos são atraídos pelos
hospedeiros vertebrados por meio de combinação de estímulos, como visual
(silhueta), olfativo (ácido láctico, CO,, octenol), correntes de convecção
(temperatura e umidade). No entanto, o estímulo olfativo, detectado pelas
antenas e pelos palpos maxilares, é o responsável pela atração a longa
distância. Após pousar no seu hospedeiro, as fêmeas introduzem as peças bucais
no tecido graças a ação da maxila e apenas o lábio permanece fora da pele.
Durante a hematofagia, nas glândulas salivares dos mosquitos (e de todos os
insetos hematófagos) há produção da enzima apirase, cuja função é impedir a
agregação plaquetária e aumentar a vasodilatação no ponto da picada, facilitando
a hemorragia local e, consequentemente, uma alimentação mais rápida. A glândula
salivar é também o local onde os parasitos (ex.: vírus do dengue, plasmódios)
se reproduzem elou alojam para novamente infectar um novo hospedeiro.
Patologia
1 - O mosquito fêmea
infectado pica o homem;
2- O vírus se
dissemina pelo sangue e, conseqüentemente se instala sobre o
tecido no retículo- endotelial;
3- A multiplicação do vírus sobre o tecido
provoca inflamação dos vasos, que torna a circulação mais lenta. Assim, é comum
que os líquidos do sangue extravasem. O sangue torna-se mais espesso, podendo
coagular dentro dos vasos, provocando trombos, prejudicando a oxigenação e a
nutrição ideal dos órgãos.
Sintomas
Dengue clássica:
O quadro clínico é
muito variável. A primeira manifestação é a febre alta (39° a 40°), de início
abrupto, seguida de cefaléia, mialgia, prostração, artralgia, anorexia,
astenia, dor retroorbital, náuseas, vômitos, exantema e prurido cutâneo.
Hepatomegalia dolorosa pode ocorrer, ocasionalmente, desde o aparecimento da
febre. Alguns aspectos clínicos dependem, com freqüência, da idade do paciente.
A dor abdominal generalizada pode ocorrer, principalmente nas crianças. Os
adultos podem apresentar pequenas manifestações hemorrágicas, como petéquias,
epistaxe, gengivorragia, sangramento gastrointestinal, hematúria e metrorragia.
A doença tem uma duração de 5 a 7 dias. Com o desaparecimento da febre, há
regressão dos sinais e sintomas, podendo ainda persistir a fadiga.
Febre Hemorrágica da Dengue (FHD):
Os sintomas iniciais
são semelhantes aos da dengue clássica, porém evoluem rapidamente para
manifestações hemorrágicas e/ou derrames cavitários e/ou instabilidade hemodinâmica
e/ou choque. Os casos típicos da FHD são caracterizados por febre alta,
fenômenos hemorrágicos, hepatomegalia e insuficiência circulatória. Um achado
laboratorial importante é a trombocitopenia com hemoconcentração concomitante.
A principal característica fisiopatológica associada ao grau de severidade da
FHD é a efusão do plasma, que se manifesta através de valores crescentes do
hematócrito e da hemoconcentração.
Diagnóstico
•Anamnese;
•Análise
dos sintomas clínicos;
•Hemograma;
•Prova do
laço;
•Provas
Sorológicas (Mais demoradas);
Tratamento
•Ingestão de água e antitérmicos;
•Em alguns casos deve ser administrado soro;
•Medicamentos contendo Ácido Acetil Silícico
NÃO podem ser
administrados pelo paciente, pelo risco de causar hemorragias;
Controle do mosquito
Controle Biológico
Consiste em utilizar organismos
biológicos capazes de parasitar ou predar os mosquitos.
Proteção Pessoal
Em escala doméstica, podem-se evitar
os mosquitos adultos telando as janelas, usando mosquiteiros de filó para
dormir, impregnados ou não de repelentes.
Inseticidas
Existem várias formas de aplicação de
inseticidas, destacando- se o residual, fumacê e ultrabaixo volume. Em escala
maior, o residual é usado com aplicações de inseticidas nas paredes internas e
externas das casas e nos abrigos de animais domésticos, considerados locais de
repouso dos mosquitos
domiciliares.
Controle
Comportamental (Atraentes)
Este método consiste em atrair e
capturar os insetos em armadilhas, reduzindo a população de insetos a níveis
toleráveis. Este método é utilizado na agricultura para o controle de vários
insetos-praga, porém na Entomologia Médica-Veterinária é usado apenas para o
controle de alguns insetos.
Previna-se