terça-feira, 2 de outubro de 2012

Falado sobre Dengue









Distribuição Mundial dos Casos de Dengue  de Janeiro a Agosto, 2012
                     
                     Fonte: Organização Mundial da Saúde. Disponível em: http://www.healthmap.org/dengue/index.php
       50 a 100 mil casos relatados anualmente em 100 países; 
       •Aproximadamente 20 mil mortes por dengue.
       América Latina possui padrões climáticos favoráveis ao desenvolvimento do mosquito.



Vetor - Taxonomia                                                                                Morfologia










 Aedes Aegypti: transmissor da dengue, é uma espécie essencialmente doméstica (nunca excedendo os 500m das habitações) com criadouros domiciliares e peridomiciliares preferencialmente pneus sem uso, latas, garrafas, pratos com vasos de samambaia, caixas d’água descobertas, piscinas sem uso, etc. Sua morfologia consiste em tórax, pernas e abdome revestidos de escamas, pernas longas, antenas com 15 a 16 segmentos, plumosa no macho e pilosa na fêmea. As fêmeas apresentam aparelho bucal picador e os machos sifonadores-sugadores, e ausência de ocelos




 Ciclo de desenvolvimento 
                                 
O ciclo de vida do mosquito anofelino se inicia quando a fêmea deposita seus ovos fixando-os em paredes úmidas, próximas ao nível da água. Em contato com a água as larvas eclodem. O tamanho varia entre 0,6 a 0,7mm. Estes ovos suportam grandes períodos de seca (podem persistir na natureza por aproximadamente 18 meses), sem sofrer nenhum dano. As larvas vivem na água se alimentando e vindo à superfície para respirar. Mudam de tamanho 4 vezes (o que chamamos de estádios). A atividade alimentar é intensa e rápida. Alimentam-se de algas e partículas orgânicas dissolvidas na água (plâncton) . Não resistem a longos períodos sem alimentação. Não toleram águas poluídas e luz intensa. A larva é composta de cabeça tórax e abdômen. Para respirar, a larva vem à superfície, onde fica em posição quase vertical. A respiração usual das larvas é direta, através dos espiráculos respiratórios situados no último segmento abdominal e, indireta, através do tegumento,
quando estão submersas. Movimenta-se em forma de serpente, fazendo um “S” em seu deslocamento. Quando há movimentos bruscos na água e sob feixe de luz desloca-se com rapidez para o fundo do depósito demorando a retornar à superfície. Após o 4º estádio as larvas se transformam em pupas (3 a 4 dias). Durante esta fase não se alimentam, utilizando a energia armazenada na fase larvária. O tempo total de ovo até a fase adulta leva em média 7 a 8 dias. Dependendo da temperatura, por exemplo, temperaturas abaixo de 20ºC, este período de desenvolvimento pode ser mais extenso. Quando adultos, necessitam de um período de várias horas para endurecimento do esqueleto externo e das asas. O alado permanece em repouso sobre a exúvia (que faz o papel de bóia) por alguns minutos, suficientes para o enrijecimento da quitina e dos músculos, permitindo ao inseto forças para voar e andar. É uma fase extremamente delicada na vida do mosquito. Dentro de 24 horas podem voar e acasalar ( macho após 24hs e fêmeas com poucas horas de vida). As fêmeas se alimentam freqüentemente de sangue, de preferência humano. Na falta deste, pode se alimentar de sangue de outros animais. Machos, e também fêmeas, alimentam-se de sucos vegetais, fontes de carboidratos, para os processos metabólicos para a manutenção básica da vida. O repasto sanguíneo (refeição) das fêmeas fornece proteína para maturação dos ovos, acontecendo geralmente durante o dia, com picos de maior atividade ao amanhecer e pouco antes do entardecer. 
Os mosquitos são atraídos pelos hospedeiros vertebrados por meio de combinação de estímulos, como visual (silhueta), olfativo (ácido láctico, CO,, octenol), correntes de convecção (temperatura e umidade). No entanto, o estímulo olfativo, detectado pelas antenas e pelos palpos maxilares, é o responsável pela atração a longa distância. Após pousar no seu hospedeiro, as fêmeas introduzem as peças bucais no tecido graças a ação da maxila e apenas o lábio permanece fora da pele. Durante a hematofagia, nas glândulas salivares dos mosquitos (e de todos os insetos hematófagos) há produção da enzima apirase, cuja função é impedir a agregação plaquetária e aumentar a vasodilatação no ponto da picada, facilitando a hemorragia local e, consequentemente, uma alimentação mais rápida. A glândula salivar é também o local onde os parasitos (ex.: vírus do dengue, plasmódios) se reproduzem elou alojam para novamente infectar um novo hospedeiro.


Patologia

1 - O mosquito fêmea infectado pica o homem;
2- O vírus se dissemina pelo sangue e, conseqüentemente se instala sobre o tecido no retículo- endotelial;
3-  A multiplicação do vírus sobre o tecido provoca inflamação dos vasos, que torna a circulação mais lenta. Assim, é comum que os líquidos do sangue extravasem. O sangue torna-se mais espesso, podendo coagular dentro dos vasos, provocando trombos, prejudicando a oxigenação e a nutrição ideal dos órgãos.
                                        


Sintomas

                                 

Dengue clássica:
O quadro clínico é muito variável. A primeira manifestação é a febre alta (39° a 40°), de início abrupto, seguida de cefaléia, mialgia, prostração, artralgia, anorexia, astenia, dor retroorbital, náuseas, vômitos, exantema e prurido cutâneo. Hepatomegalia dolorosa pode ocorrer, ocasionalmente, desde o aparecimento da febre. Alguns aspectos clínicos dependem, com freqüência, da idade do paciente. A dor abdominal generalizada pode ocorrer, principalmente nas crianças. Os adultos podem apresentar pequenas manifestações hemorrágicas, como petéquias, epistaxe, gengivorragia, sangramento gastrointestinal, hematúria e metrorragia. A doença tem uma duração de 5 a 7 dias. Com o desaparecimento da febre, há regressão dos sinais e sintomas, podendo ainda persistir a fadiga.

Febre Hemorrágica da Dengue (FHD):
Os sintomas iniciais são semelhantes aos da dengue clássica, porém evoluem rapidamente para manifestações hemorrágicas e/ou derrames cavitários e/ou instabilidade hemodinâmica e/ou choque. Os casos típicos da FHD são caracterizados por febre alta, fenômenos hemorrágicos, hepatomegalia e insuficiência circulatória. Um achado laboratorial importante é a trombocitopenia com hemoconcentração concomitante. A principal característica fisiopatológica associada ao grau de severidade da FHD é a efusão do plasma, que se manifesta através de valores crescentes do hematócrito e da hemoconcentração.
                                                   

Diagnóstico 

•Anamnese;
•Análise dos sintomas clínicos;
•Hemograma;
•Prova do laço;
•Provas Sorológicas (Mais demoradas);


Tratamento

•Ingestão de água e antitérmicos;
•Em alguns casos deve ser administrado soro;
•Medicamentos contendo Ácido Acetil Silícico NÃO podem ser administrados pelo paciente, pelo risco de causar hemorragias;

Controle do mosquito 

Controle Biológico
Consiste em utilizar organismos biológicos capazes de parasitar ou predar os mosquitos.

Proteção Pessoal
Em escala doméstica, podem-se evitar os mosquitos adultos telando as janelas, usando mosquiteiros de filó para dormir, impregnados ou não de repelentes.
Inseticidas
Existem várias formas de aplicação de inseticidas, destacando- se o residual, fumacê e ultrabaixo volume. Em escala maior, o residual é usado com aplicações de inseticidas nas paredes internas e externas das casas e nos abrigos de animais domésticos, considerados locais de repouso dos mosquitos
domiciliares.
Controle Comportamental (Atraentes)
Este método consiste em atrair e capturar os insetos em armadilhas, reduzindo a população de insetos a níveis toleráveis. Este método é utilizado na agricultura para o controle de vários insetos-praga, porém na Entomologia Médica-Veterinária é usado apenas para o controle de alguns insetos.

Previna-se



















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